O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

sábado, 20 de dezembro de 2014

CALL FOR PAPERS: MITO E MITOLOGIA NAS SOCIEDADES ANTIGAS E MEDIEVAIS



Call for Papers – 2015/1 – Revista Roda da Fortuna

Mito e Mitologia nas sociedades Antiga e Medieval

Há mais de três décadas, o historiador Paul Veyne intitulou de forma interrogativa um de seus livros sobre o mundo antigo: Les Grecs ont-ils cru à leurs mythes? Após estudar as fontes disponíveis, o autor chegou à conclusão de que, embora a partir do século VI a.C. os pensadores gregos não tenham mais interpretado os mitos de forma literal, estes não foram abandonados, pois carregavam uma importância pedagógica singular e contribuíam para “explicar o inexplicável”.[1]
De fato, por milênios as narrativas míticas criadas pelas civilizações ao redor do mundo buscaram esclarecer a origem do universo, transmitir valores e exemplos, construir identidades, etc. Durante a Idade Média, como demonstraram Jean-Claude Schmitt e Hilário Franco Júnior, o próprio cristianismo apresentava todas as facetas de uma mitologia, ainda que procurasse se preservar de ser encarado dessa forma, já que contava uma “história santa”.[2]
Atualmente, o termo “mito” é entendido tanto no sentido de “ficção” quanto naquele reconhecido especialmente entre os sociólogos, etnólogos e historiadores das religiões, de “tradição sagrada, revelação primordial, modelo exemplar”, como afirmou Mircea Eliade.[3] Com o surgimento da ciência mitológica, as apreciações valorativas foram ultrapassadas e os mitos deixaram de ser percebidos como histórias sem sentido, do contrário ninguém teria acreditado neles. Em razão de sua vigorosa resistência, o mito também pode ser acompanhado na “longa duração” (longue durée) histórica.
O presente Dossiê (2015/1) da Revista Roda da Fortuna tem o propósito de aglutinar as múltiplas manifestações do pensamento mítico nas sociedades antiga e medieval. Entre as possibilidades de pesquisa do mito podemos mencionar a análise de suas expressões (messiânica, escatológica, etiológica, hierofânica...), simbologias, permanências e atualizações na “longa duração”, etc.

Os prazos para o envio de artigos, resenhas, entrevistas e traduções são:
- envio de propostas: até 30/04/2015
- aceite dos trabalhos: junho de 2015
- publicação do Dossiê: julho de 2015
As propostas devem ser enviadas para o e-mail: revistarodadafortuna@gmail.com


Atenciosamente,
Guilherme Queiroz de Souza
Editor-Chefe (2015/1)


Referências:

[1] VEYNE, Paul. Les Grecs ont-ils cru à leurs mythes? Paris: Le Seuil, 1983.
[2] SCHMITT, Jean-Claude. Problèmes du mythe dans l’Occident médiéval. Razo. Cahiers du Centre d'Études Médiévales de Nice, vol. 8, 1988, p. 03-17; FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cristianismo medieval e mitologia: reflexões sobre um problema historiográfico. In: A Eva Barbada. Ensaios de Mitologia Medieval. São Paulo: EDUSP, 1996, p. 45-70.
[3] ELIADE, Mircea. Myth and Reality. Prospect Heights, IL: Waveland Press, 1998, p. 01.