O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

CHAMADA PARA DOSSIÊ: SAGAS E EDDAS



CHAMADA PARA DOSSIÊ: SAGAS E EDDAS (NA 12, ISSN: 1679-9313).
As propostas podem incluir estudos sobre Literatura Nórdica Medieval (sagas islandesas, poesia escáldica e éddica), Mitologia Nórdica, Folclore e Religiosidade Medieval (desde que utilizem fontes literárias nórdicas), bem como conexões entre iconografia, cultura material e as sagas e Eddas. Temas relacionados a reapropriações e ressignificações literárias no mundo moderno, tendo como tema as sagas islandesas e as Eddas, também serão considerados.
Envio de propostas até 30 de abril de 2017.
Os trabalhos devem ser enviados ao e-mail: neveufpb@yahoo.com.br
Normas para publicação no Notícias Asgardianas, clique aqui.





sábado, 27 de agosto de 2016

CADERNO DE RESUMOS DO IV CEVE


Já se encontra disponível o Caderno de Resumos do IV Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos (CEVE), a ocorrer de 19 a 21 de outubro de 2016 na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O Caderno encontra-se online neste link.

Para informações sobre o evento, acesse aqui.










sexta-feira, 26 de agosto de 2016

CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE A MITOLOGIA NÓRDICA EM WAGNER




CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE A MITOLOGIA NÓRDICA EM WAGNER (O ANEL DOS NIBELUNGOS), Goethe Institut Portugal

 9 de novembro - O Anel de Wagner e a mitologia nórdica: variações em torno do mito de Balder.  Carlos João Correia - Professor Associado da Universidade de Lisboa. 

16 de novembro - A Forja d'O Anel do Nibelungo:  a contribuição da ciência. João Paulo André - Professor Auxiliar da Universidade do Minho, Braga

30 de novembro - Parsifal: a última jornada de O Anel do Nibelungo. Mário Vieira de Carvalho - Professor Catedrático Jubilado de Sociologia da Música na Universidade Nova de Lisboa.


Para os interessados no assunto, o professor João Lupi escreveu o verbete "Wagner e os mitos nórdicos", In: Dicionário de Mitologia Nórdica (São Paulo: Hedra, 2015) pp. 559-563.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

OS DOZE MAIORES EQUÍVOCOS SOBRE OS VIKINGS




OS DOZE MAIORES EQUÍVOCOS SOBRE OS VIKINGS



                                 Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE)



A Escandinávia Medieval foi representada pela arte durante o Oitocentos de diversas maneiras, especialmente com temas relacionadas ao período viking. Muitas destes conteúdos eram equivocados e aqui tomamos como sinônimo os conceitos de estereótipo, clichê e imagens canônicas – todas representações falseadoras ou fantasiosas do passado, tomadas como verdades históricas pelas mais diversas formas de manifestações artísticas e mídia contemporânea. A lista a seguir não é completa, apenas uma pequena introdução ao tema.





1.  Os vikings foram um povo

Nas fontes medievais o termo viking tem um sentido relacionado a empreitadas marítimas (especialmente para pirataria). Após o século XIX, especialmente por influências da arte romântica, o termo passou a designar todos os habitantes da Escandinávia do período compreendido entre o século VIII ao XI, indistintamente, passando a ser utilizado também no meio acadêmico e na mídia de forma genérica. Apesar deste conceito poder ser aplicado a um modo de vida orientado por práticas culturais durante este período (operações de saque e exploração, por exemplo), seu uso étnico é errôneo: nem todo nórdico era viking, mas todo viking era nórdico. Deste modo, utilizar o termo em contextos sociais como “criança viking”, “mulher viking”, “casa viking”, entre outros exemplos, é totalmente equivocado.

Referência: LANGER, Johnni. Vikings. In: LANGER, Johnni (Org.). Dicionário de Mitologia Nórdica. São Paulo: Hedra, 2015, pp. 546-549.





2. O elmo viking possuía chifres e asas

O mais famoso estereótipo relacionado aos nórdicos foi utilizado primeiramente na Inglaterra dos anos 1830, em ilustrações de traduções de obras suecas. Ele rapidamente se espalhou pelas óperas, artes plásticas e literatura, incentivado pelo referencial romântico e nacionalista do período. Ainda não desapareceu completamente, sendo frequentemente revivido pelos torcedores de futebol, animações infantis ou produções de baixa qualidade do cinema. Um estereótipo mais atual, derivado dos tempos de internet, tenta explicar os “chifres” dos elmos como provindos do próprio medievo, devido ao fato dos ataques nórdicos terem sido realizados em igrejas. Neste caso, o próprio cristianismo teria criado a imagem, associando os nórdicos com o diabo. É um clichê totalmente desprovido de qualquer fundamentação histórica, arqueológica ou iconográfica.

Referência: LANGER, Johnni. The origins of the imaginary Viking. Viking Heritage 4, 2002, Gotland University, pp. 6-9. Disponível aqui.







3.  Os nórdicos bebiam em crânios

Trata-se de um estereótipo pouco conhecido no Brasil, mas que ainda prolifera em muitos filmes, animações, literatura e mídia. Esta imagem equivocada teve início no medievo, onde escritores cristãos misturaram as referências contidas na mitologia e literatura com a sociedade histórica dos nórdicos. Isto é, as citações surgidas em fontes literárias e míticas como a Saga dos Volsungos, foi transferido para as populações reais – algo nunca comprovado pela História, Arqueologia e documentação material. Na segunda temporada da série Vikings, o personagem Rollo bebe num crânio – uma clara perpetuação do velho estereótipo.

Referência: BOYER, Régis. Le mythe viking dans les lettres françaises. Paris: Editions Du Porte-Glaive, 1986, pp. 101.






4.  Os vikings conviveram com o período feudal

Muito popular em filmes clássicos e histórias em quadrinhos (como Príncipe Valente e Hagar), a imagem dos nórdicos atacando castelos ou fortificações de pedra, interagindo com elementos da sociedade feudal ou mesmo duelando com cavaleiros em armaduras completas é um clichê advindo da fantasia literária, misturando períodos e contextos geográficos completamente diversificados, sem relação direta entre si (O feudalismo só penetrou na Europa Setentrional após o século XI).

Referência: HARTY, Kevin. Introduction. In: HARTY, Kevin (Org.). The Vikings on film: essays on depictions of the Nordic Middle Ages. London: McFarland, 2011, pp. 3-8.






5.  Os nórdicos não usavam arco e flechas

A imagem típica dos nórdicos utilizando em combates somente espadas, lanças e machados provém especialmente do cinema norte-americano e obras de popularização. Apesar da arquearia não ser uma das principais técnicas utilizada pelos exércitos nórdicos, ela também ocorria (existem evidências arqueológicas e literárias que comprovam isso). Em algumas produções fílmicas escandinavas, como da Noruega, o arco e flecha são constantes, especialmente em reconstituições do período Viking e em locais com muita neve.

Referência: ALEM, Hiram. Onde estão os arcos? A arquearia na série Vikings. Notícias Asgardianas 10, 2016, pp. 128-136. Disponível aqui  





6.  Os nórdicos eram altos, descomunais e brutos

Uma imagem canônica a respeito dos nórdicos foi desenvolvida por alguns países durante o século XIX, como as representações de que os nórdicos eram brutais, assassinos, violentos, com corpo descomunal e semelhantes a antigos habitantes da pré-história ou “selvagens incivilizados” (vestindo somente peles animais ou tendo comportamento animal). Parte deste estereótipo foi transferido para a ficção moderna, em romances como no livro Angus, o guerreiro ou ilustrações de fantasia medieval, com diversos exageros físicos e comportamentais.

Referência: LANGER, Johnni. Rêver son passé. In: GLOT, Claudine & LE BRIS, Michel (Eds). L`Europe des Vikings. Paris: Éditions Hoëbeke, 2004, pp. 166-169. Disponível aqui







7.  O machado escandinavo era gigantesco e com duas lâminas

Um erro comum em algumas reconstituições artísticas sobre a Era Viking é a inclusão de enormes machados com duas lâminas – denotando um aspecto muito mais descomunal ao guerreiro. Na realidade tanto os machados de mão quanto os de batalha utilizavam somente uma lâmina. Após a chegada das técnicas de batalha do período feudal, posteriormente, foram introduzidos machados duplos (mas com lâminas bem pequenas).

Referência: SHORT, William. Viking weapons and combat techniques. Westholme, 2009, pp. 71-86.






 8.  Os nórdicos utilizavam martelos em batalhas

Outro equívoco surgido pela mistura entre Mito e História. A farta referência nas fontes mitológicas do deus Thor utilizando um martelo, levou diversos artistas (especialmente no cinema e quadrinhos) a representarem os nórdicos utilizando martelos de batalha. Esse tipo de equipamento foi utilizado na Escandinávia, mas após a introdução do feudalismo e das técnicas de batalha da cavalaria pesada. Até o momento, nunca foram encontrados martelos de batalha em sítios da Era Viking ou mesmo anteriores. Um exemplo visual deste estereótipo é a narrativa Lindisfarne (série Vikings/Northlanders, publicado no Brasil pela Vertigo), parte II, página 72, onde um guerreiro nórdico utiliza um martelo de batalha contra os anglo-saxões.

Referência: GRIFFITH, Paddy. The viking art of war. London: Greenhill Books, 1995, pp. 162-181.






9.  Os escandinavos possuíam somente embarcações com escudos e remos

Um erro comum em livros didáticos, filmes e obras de arte é a representação dos nórdicos chegando na América em barcos longos de batalha (o famoso drakkar). Na realidade, para operações em alto mar e transoceânicas, utilizavam-se embarcações denominadas de Knorr, sem remos, escudos laterais e figuras de proa e popa.

ATKINSON, Ian. Los barcos vikingos. Madrid: Akal, 1990, pp. 23-24.





10.  Todo viking era pagão

Apesar de grande parte da Era Viking ter sido composta por religiosidades politeístas anteriores ao cristianismo, se levarmos em conta que as práticas culturais sobreviveram muito mais tempo do que o paganismo público, então podemos afirmar que existiram “vikings” cristãos. Leifr Eiríksson, o descobridor de Vinland nas sagas islandesas, era cristão, bem como Olav Tryggvason, famoso mercenário e pirata antes de se tornar rei.

LONNROTH, Lars. The Vikings in History and Legend. In: The Oxford Illustrated History of the Vikings. Oxford, 1997, pp. 225-249.








11.  As incursões escandinavas medievais chegaram na América do Sul

Um erro histórico criado durante o século XIX foi a de que os nórdicos teriam chegado na América Central e do Sul, especialmente o litoral brasileiro e o Amazonas. Apesar de seu sucesso no imaginário literário, em quadrinhos e até em alguns filmes (Xuxa e o tesouro da cidade perdida), essa teoria não tem atualmente nenhum respaldo historiográfico e arqueológico.

Referência: LANGER, Johnni. Vikings na selva. Revista de História, 2012. Disponível aqui







12.  Os vikings utilizavam balestras (bestas)

Uma imagem que vem sendo popularizada após o filme Arthur (2004), o quadrinho Vinland Saga e a série Vikings, é o das populações germano-escandinavas utilizarem balestras em combates na Alta Idade Média. Apesar do armamento ser conhecido desde a Antiguidade oriental, a exemplo dos romanos ou mesmo do seu uso pelos francos, ele não constitui um equipamento bélico de uso ostensivo na Era Viking. Não existem indícios históricos ou arqueológicos dos nórdicos conhecerem ou utilizarem este tipo de armamento durante os anos 750 a 1.110 d.C. Foi somente no século XIII que os escandinavos utilizaram pela primeira vez balestras em combates.

Referência:

GRIFFITH, Paddy. The viking art of war. London: Greenhill Books, 1995.
LINDHOLM, D. & NICOLLE, D. Medieval Scandinavian armies. Oxford: Osprey, 2003.
SHORT, William.  Viking weapons and combat techniques. Pennsylvania: Westholme, 2009.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

NJÁLS SAGA É TEMA DE MESTRADO NA UECE


José Lucas Cordeiro Fernandes, membro do NEVE, acaba de defender o seu mestrado em História pela UECE: IN SORTE DIABOLI: CULTURA ESCRITA E A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO DE DEMONIZAÇÃO DO PAGÃO NA BRENNU-NJÁLS SAGA (SÉC. XIII).

A pesquisa teve como orientador o professor Dr. Gleudson Passos Cardoso e como componentes da banca de defesa: Prof. Dr. Tito Barros Leal de Pontes Medeiros (UVA) e Profa. Dra. Valéria Aparecida Alves (UECE).
A defesa foi realizada no Auditório do Mestrado Acadêmico em História da UECE no dia 16/08/2016 às 9h.
  
RESUMO
Este presente trabalho busca analisar através da compreensão da cultura escrita da Islândia medieval, o processo de construção do imaginário de demonização do pagão, focando nas representações literárias postas na Brennu-Njáls saga (séc. XIII). Analisamos, como as três fases do processo de cristianização da Escandinávia, penetram paulatinamente nos regimes da sociedade, ao ponto da literatura se tornar um instrumento de consolidação e ampliação do Cristianismo, possibilitando também uma nova dinâmica no âmbito da cultura escrita, culminando no surgimento das sagas de islandeses – Íslendingasögur. Logo, vemos como estas narrativas literárias produzidas na terceira e última fase da cristianização (c. séc. XII-XIV) vão estar arraigadas de uma ótica cristã em seu texto, que buscavam subverter a moral pagã e demonizar os sujeitos de fé antagônica a cristã. Neste sentido, vemos o jogo com o passado, onde essas narrativas produzidas entre os séculos XII e XIV, exploram narrar elementos ocorridos nas duas primeiras fases da cristianização, ou seja, entre os séculos IX e XI. Tal elemento permite que possamos ver como uma ótica cristã busca remodelar o passado ocorrido dentro de uma narrativa literária, buscando construir uma representação coletiva, portanto, um imaginário, que favorecesse o cristão, usando por muitas vezes uma demonização do pagão, uma destruição de sua moral, um destronamento de seus deuses, assim como uma derrota nas “disputas mágicas” feitas por estas crenças em disputa. Logo, temos um cenário de análise que busca compreender a formação de um imaginário dentro de uma narrativa literária como instrumento do Cristianismo para se efetivar na região da Escandinávia e especialmente da Islândia, tudo girando em torno das mudanças no cenário da cultura escrita. Nossa investigação vai em busca destes pontos, ao analisar a formação cultural da Escandinávia e da Islândia, assim como seu processo de cristianização e seus elementos para efetivar tal dominância, mudanças e composições do mundo escrito e seus artefatos culturais, para por fim, nos debruçarmos na análise de caso que demonstra em via objetiva a composição no jogo narrativístico que o autor cristão usa, jogando entre passado e presente. Logo, concluímos, juntamente com auxílio do aporte da História Cultural, do método da Nova Escandinavística e da Cultura Escrita, que a força literária modela o imaginário, auxilia na condenação do pagão e aumenta as fímbrias do Cristianismo.
Palavras-Chave: Sagas de Islandeses. Cultura Escrita. Demonização.  



ABSTRACT
This essay aims to analyze through the understanding of the writing of Iceland medieval culture, the process of imagination construction by demonization of what is pagan, focusing on literary representations displayed in Brennu-Njáls saga (XIIIth century). We analyzed how the three phases of Scandinavia Christianization process, gradually penetrate in society schemes, to the point of literature becoming a Christianity's consolidation and expansion tool, also making a new dynamic in the written culture possible, culminating in the emergence of Icelanders' sagas - Íslendingasögur. Therefore we see how these literary narratives produced in the third and final phase of Christianization (between XIIth XIVth centuries) will be rooted in a Christian perspective in its text, which sought to subvert the pagan moral and demonize subjects with antagonistic faiths or creeds to Christian's. In this sense, we see the playing with the past where these narratives produced between the twelfth and fourteenth centuries explore narrating elements occurring in the first two phases of Christianization, ie, between centuries IX and XI. Such element allows us to see how a Christian perspective seeks to reshape the past occurred within a literary narrative, seeking to build a collective representation, an imaginarium, favoring Christians, by often using the demonization of paganism to destroy their morals, dethrone their gods and defeat them in the "magic disputes" made by these disputing beliefs. So we have a scenario analysis that seeks to understand the formation of an imaginary in a literary narrative as Christianity's instrument to be effectively implanted in the Scandinavian region and especially Iceland, all revolving around the changes in the writing culture scene. Our research goes in search of these points when analyzing the cultural background of Scandinavia and Iceland, as well as the process of Christianization and its elements to effect such dominance, changes and compositions of the written word and its cultural artifacts to, in the end, delve into in the case analysis that demonstrates, in an objective way, the novelty composition game that the Christian author uses, mixturing past and present. Therefore we conclude, along with the contribution of Cultural History, the method of the New Scandinavianistic and Written Culture, that literary force shapes the imaginarium, helps condemnation of the pagan and increases the fringes of Christianity.
Keywords: Sagas of Icelanders. Writing Culture. Demonization.

RESUMEN
Este presente trabajo busca analizar a través de la comprensión de la cultura escrita de la Islandia Medieval el proceso de construcción del imaginario de demonización del pagano, centrado en las representaciones literarias puestas en la Brennu-Njáls saga (siglo XIII). Analizamos, como las tres fases de cristianización de la Escandinavia, penetran paulatinamente en los regímenes de la sociedad a tal punto que la literatura se torna un instrumento de consolidación y ampliación del Cristianismo, posibilitando así una nueva dinámica en el ámbito de la cultura escrita, culminando en el surgimiento de las sagas de islandeses - Íslendingasögur. Sin embargo, percibimos como estas narrativas literarias producidas en la tercera y última fase de cristianización (siglos XII-XIV) estarán arraigadas de una óptica cristiana en su texto, que buscaban subvertir la moral pagana y demonizar los sujetos de fe antagónica a cristiana. En este sentido, vemos el juego con el pasado, donde estas narrativas producidas entre los siglos XII y XIV, exploran narrar elementos ocurridos en las dos primeras fases de la cristianización, entre los siglos IX y XI. Tal elemento permite que posamos ver como una óptica cristiana busca remodelar el pasado ocurrido dentro de una narrativa literaria, buscando construir una representación colectiva, o sea, un imaginario, que favoreciera el cristiano, usando por muchas veces una demonización del pagano, una destrucción de su moral, un destronamiento de sus dioses, así como una derrota en las “disputas mágicas” hechas por estas creencias en disputa. Sin embargo, tenemos un escenario de análisis que busca comprender la formación de un imaginario dentro de una narrativa literaria como instrumento del Cristianismo para confirmarse en la región de Escandinavia y especialmente de Islandia, todo alrededor de los cambios en el escenario de la cultura escrita. Nuestra investigación va en dirección a estos puntos, al analizar la formación cultural de la Escandinavia y de la Islandia, así como su proceso de cristianización y sus elementos para confirmar tal dominancia, cambios y composiciones del mundo escrito y sus artefactos culturales, para finalizar, debrucémonos en el análisis de caso que demuestra en vía objetiva la composición en el juego narrativo que el autor cristiano utiliza, jugando entre pasado y presente. Luego, concluimos, juntamente con la ayuda del aporte de la Historia Cultural, del método de la Nueva Escandinavia y de la Cultura Escrita, que la fuerza literaria modela el imaginario, auxilia en la condenación del pagano y aumenta las fimbrias del Cristianismo.

Palabras-Clave: Sagas de Islandeses. Cultura Escrita. Demonización.